terça-feira, 31 de julho de 2012

Será que o Cristianismo está morrendo?


Nietzsche disse: Deus está morto. Será que o mundo ocidental precisa de um novo Deus? Uma nova religião?
É verdade que o cristianismo como é hoje pregado é mais influenciado por São Paulo e Santo Agostinho do que por Jesus.
Ideias muito avançadas para seu tempo tendem a ser rejeitadas ou esquecidas. Isso afetou os ensinamentos de Jesus. Nesta nova era que estamos vivendo, e em que o cristianismo está perdendo fieis, precisamos reformá-lo, torná-lo realmente uma religião de Jesus.
Nos próximos quatro séculos depois de Cristo, vários pensadores deram suas interpretações às palavras e ensinamentos de Jesus. No ano de 325 dC, os bispos cristãos se reuniram no Concílio de Niceia, sob o patrocínio do imperador romano Constantino, para definir os dogmas da Igreja. As ideias e conceitos que não se encaixavam na interpretação oficial foram declarados hereges, e os escritos foram queimados. Graças às descobertas de manuscritos antigos em Nag Hammadi, no Egito, em 1945, sabemos mais sobre essas ideias proscritas.
Muitos pensadores notáveis foram considerados gnósticos, um tema que estaremos discutindo em outro post. Um dos mais notáveis evangelhos - O Evangelho deTomas - foi um dos prescritos e reencontrado em Nag hammadi,
O fato é que a religião cristã que tão bem serviu a civilização ocidental por dois mil anos está perdendo popularidade e sendo relegada a uma posição secundária. A proposição básica de que se você pertence ao rebanho da igreja, você será salvo não é bem aceita pelos seres humanos do século XXI. Sendo mais individualistas, muitos não se sentem confortáveis pertencendo a um rebanho.
Se o mito cristão está ficando velho, precisamos encontrar um novo mito. Edward Edinger, psicólogo junguiano, abre seu livro, A Criação da Consciência, dizendo: "História e antropologia nos ensinam que a sociedade humana não pode sobreviver por muito tempo sem que seus membros estejam psicologicamente contidos em um mito central vivo. Tal mito proporciona ao indivíduo uma razão de ser."
O mito do Rei Arthur, que pode ser considerado novo apesar de suas raízes se originarem nos antigos mitos celtas, salienta a individualidade. Quando os nobres partem em busca do Graal, cada um é instruído a escolher um caminho nunca antes usado. Escolher um já trilhado era considerado uma vergonha. Este conselho vai contra o conceito de rebanho das igrejas cristãs.
Jesus Cristo era verdadeiramente um pensador muito avançado. Agora, vinte séculos depois, podemos entender algumas de suas frases mais enigmáticas com a ajuda da psicologia junguiana, como por exemplo Mateus 10:34-36.
 34.Não penseis que vim trazer paz à terra. Não vim trazer paz, mas a espada.35.Com efeito, vim contrapor o homem ao seu pai, a filha à sua mãe e a nora à sua sogra.36.Em suma: os inimigos do homem serão os seus próprios familiares. (Biblia de Jerusalém)
O filho deve brigar com o pai? Mas este será assunto para um próximo post.

Roberto Lima Netto, é autor de "O Pequeno Príncipe para Gente Grande" em sua quarta edição, e "Os Segredos da Bíblia", livros junguianos recentemente editados nos USA e oferecidos pela Amazon.

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