Jesus disse: (Mateus 10:34-36):
34.Não penseis que vim trazer paz à terra. Não vim trazer paz, mas a espada.35.Com efeito, vim contrapor o homem ao seu pai, a filha à sua mãe e a nora à sua sogra.36.Em suma: os inimigos do homem serão os seus próprios familiares. (Biblia de Jerusalém)
Como é possível que o Mestre quisesse promover a luta dentro de nossas famílias? Evidentemente, isso tem de ser entendido metaforicamente, e a psicologia junguiana demonstra a sabedoria do provérbio de Jesus.
A vida é um caminho cheio de obstaculos, Uma vida espiritual e a psicologia junguiana podem nos ajudar a escolher melhores atalhos. Podemos viver uma vida espiritual sem filiação a uma igreja.
terça-feira, 31 de julho de 2012
Será que o Cristianismo está morrendo?
Nietzsche disse: Deus está
morto. Será que o mundo ocidental precisa de um novo Deus? Uma nova religião?
É verdade que o cristianismo
como é hoje pregado é mais influenciado por São Paulo e Santo Agostinho do que
por Jesus.
Ideias muito avançadas para seu
tempo tendem a ser rejeitadas ou esquecidas. Isso afetou os ensinamentos de
Jesus. Nesta nova era que estamos vivendo, e em que o cristianismo está perdendo
fieis, precisamos reformá-lo, torná-lo realmente uma religião de Jesus.
segunda-feira, 30 de julho de 2012
Seu amigo, o diabo
Clemente, o terceiro bispo de Roma, sucessor de São Pedro é citado como dizendo que Deus governa o mundo com Cristo na sua mão direita e Satanás no lado esquerdo.
Por que Deus permitiu que Adão e Eva a comer a maçã no Jardim do Éden? Por que Ele permitiu que a serpente - o diabo - para tentar Eva? Ele certamente sabia que sua proibição só aumentaria a atração do fruto. Sua intenção foi que o nosso casal ancestral comeu o fruto e ser expulso do Éden? Ele queria que as nossas almas a crescer através da vida em um ambiente difícil, um crescimento que não seria possível em um jardim paradisíaco? Como Ele pode governar o mundo com a ajuda de Satanás?
sábado, 28 de julho de 2012
Descida ao inferno
Os místicos dizem que para se chegar ao céu temos que
passar pelo inferno. Psicoterapeutas também mencionam que o processo de análise
profunda é doloroso, uma metáfora para a jornada ao inferno. Afinal, não é nada
fácil enfrentar seus fantasmas.
Você provavelmente conhece a divisão da vida humana em
duas partes. No primeiro período da vida nossa tarefa é fortalecer o nosso ego,
criando um espaço para nós na sociedade. É tempo de nos consolidar em uma
profissão, ganhar dinheiro, garantir a independência financeira e constituir
família, todos os objetivos externos. Na segunda metade da vida, você deve
cuidar de sua alma, uma jornada para o céu que passa pelo inferno.
Um velho costume da Índia pregava que, no sexagésimo ano
de vida, deveríamos abandonar nossas atividades no mundo exterior e voltar para
dentro, para o mundo interior, para cuidar da alma com uma vida ascética e de meditação.
Alguns até mesmo se recolhiam a um ashram.
Em nossa sociedade ocidental, muito materialista, as
crises de meia idade, mesmo as mais fortes, não mudam a vida de muitos. Eles
continuam a perseguir objetivos materiais: tentando ganhar mais dinheiro mesmo
que eles não precisam mais, tentando subir a escada profissional à procura de
reconhecimento externo e tentando acumular mais bens. Trabalham pesado,
provavelmente para não deixar tempo para pensar na vida. Se pensassem, poderiam
ficar desesperados ao reconhecer que toda aquela riqueza por que tanto lutam
não lhes trará felicidade.
Sempre achei que a divisão da vida em duas metades era
uma divisão cronológica, que iria começar a segunda parte em torno de trinta e
cinco ou quarenta anos quando ocorre a crise de meia-idade. Na realidade,
poderíamos pensar em três fases: juventude, meia-idade e velhice. Na fase do
meio, ainda podemos nos enganar, driblar a crise de meia-idade com mais
trabalho, enchendo nosso tempo para não pensar na vida.
Richard Rohr, um frade franciscano, nos ensina de outra
forma. Ele postula que nossa vida pode ser dividida em duas partes, mas que
esta divisão não é cronológica. Alguns anciãos podem ainda não ter entrado na
idade adulta. Eles são jovens de sessenta anos ou mais, mesmo que seus corpos
mostrem o envelhecimento.
Você percebeu que nós encontramos dois tipos de pessoas
idosas na vida? Uns que reclamam da vida - os velhos chatos - e outros que nos
dão prazer de conversar com eles - os velhos sábios. Infelizmente em nossa
sociedade ocidental, muito voltada para o mundo exterior, a maioria dos velhos
pertence ao primeiro grupo. O segundo grupo, o sábio, é raramente encontrado.
Como não consigo encontrar pessoalmente com muitos velhos sábios, até porque
alguns já morreram, tento ler seus livros para absorver um pouco de sabedoria.
Aprendendo com eles, pretendo tornar menos dolorosa minha passagem pelo
inferno.
Richard Rohr, um velho sábio, escreveu recentemente um
novo livro - Falling Upwards -ainda
não traduzido para o português. O livro é fantástico e vale a pena ser lido.
Minha lista de pessoas que escolhi para gurus é pequena: Jesus,
o principal deles, Buda, Carl Jung e Paramahansa Yogananda. Já minha lista de
velhos sábios é maior. Depois de ler Falling Upwards, eu estou adicionando
Richard Rohr a esta lista.
Roberto Lima Netto, autor de "O Pequeno
Príncipe para Gente Grande" em sua quarta edição, e "Os Segredos da
Bíblia", livros junguianos recentemente editados nos USA - www.amazon.com
autor/rlimanetto
sexta-feira, 27 de julho de 2012
Holocausto: a humanidade não deve esquecer esta lição
Por que a Alemanha, a nação mais racional e civilizada na
época, embarcou no sonho de um louco? Antes de mirar os judeus, os alemães
começaram a perseguir as crianças e os adultos mentalmente e fisicamente
deficientes. Objetivo de Hitler era purificar a raça, e a nação inteira, com
poucos dissidentes, foi dominada por sua loucura.
Como assim? Em um ataque de arrogância, depois de serem
humilhados na Primeira Guerra Mundial, os alemães decidiram salvar o mundo do
que eles consideravam a escória da humanidade. Hitler, um psicopata, conseguiu
vestir as roupas de salvador da Alemanha e do mundo.
Que lições do Holocausto e outros extermínios em massa a
humanidade deve aprender? O homem não pode ser guiado somente por seu lado
racional. Ele tem que dar espaço, prestar atenção ao seu inconsciente. O livre
arbítrio não existe, a menos que você tenha passado através de um programa
muito extenso para se conhecer, o que significa que uma análise psicológica
profunda, geralmente com a orientação de um analista treinado.
Cuidado! O inconsciente é forte o suficiente para dominar
a mente do homem, para dominar o seu ego e levá-lo a atos que podem
envergonhá-lo depois. Não estou falando de Hitler, Stalin ou Mao, pois eles são
loucos, e não podemos esperar nada deles. Refiro-me ao cidadão normal, cumpridor
da lei, provavelmente religioso, que embarcou com entusiasmo no sonho louco de
Hitler.
Qual é a diferença entre o Holocausto e outras barbáries
que aconteceram no mundo, como os assassinatos em massa Stalin e Mao Tse Tung?
A resposta é que, graças ao povo judeu, essa lição não está sendo esquecida,
não está sendo escondida debaixo do tapete, apesar da negação patética do
presidente do Irã questionando a sua existência. Esta lição não pode ser
esquecido e deve ser mantida na mente de todos para que não aconteça novamente.
O Holocausto é o nosso melhor lembrete de que o nosso Ego
não controla nossas ações, que, quando sob o domínio de um complexo, o homem
pode agir como um animal, totalmente irracional, mesmo contra os seus
princípios mais queridos.
Roberto Lima Netto, autor de "O Pequeno Príncipe
para Gente Grande" em sua quatrta edição no Brasil e "Os Segredos da
Bíblia", livros junguianos recentemente editados nos USA - www.amazon.com
autor/rlimanetto
Espiritualidade sem religião
Felicidade. Muitos pensam que podem obtê-la com outro
carro, outra casa, outro jovem amante. Como estão errados. Você não vai,
jamais, ser feliz com conquistas materiais. Sua chance de viver uma vida feliz
está em cultivar uma vida espiritual ou, como Jung dizia, uma vida simbólica.
Quando falamos de espiritualidade, algumas pessoas pensam
automaticamente em religião. Isso é errado, as duas palavras não significam
exatamente a mesma coisa. Você pode ter uma vida espiritual sem seguir uma
religião estabelecida. A religião é uma forma particular de espiritualidade.
Por quase dois mil anos, as mentes dos povos ocidentais
têm sido dominadas pelo cristianismo. Os fiéis pertence a um rebanho sob a
orientação de um pastor. Mas os séculos desgastaram o brilho dos símbolos
cristãos. Os dogmas cristãos que dominaram a civilização ocidental por tantos
anos não satisfazem mais o homem ocidental. Desde o Renascimento, com o
crescimento do racionalismo, a igreja cristã vem perdendo o comando sobre a mente do homem moderno. Para
muitos, a religião tradicional é vazia, e não aponta para uma conexão emocional
com o divino. Os símbolos do cristianismo estão velhos e, como disse Jung, quando os deuses deixaram os templos, eles
nunca retornam.
Com a difusão do individualismo, pertencer a um rebanho
não é mais popular. Além disso, os símbolos cristãos não foram renovados. Jung
trabalhou sobre esta questão, tentando convencer alguns amigos teólogos a
enfrentar o problema. Porém, seu livro genial, "Resposta a Jó", foi
mal recebido pelo Vaticano.
Nesta era do individualismo extremo, a Era de Aquário, o
mito cristão com o conceito de seguir o rebanho, não atrai muitos.
Entretanto, os seres humanos não podem limitar suas vidas
ao lado de material/racional; eles precisam prestar atenção .ao espírito, as suas
almas. Jung disse que não tinha conhecido nenhuma pessoa, passando por uma
crise existencial na segunda metade da vida,a resolver os seus dilemas sem uma
conexão com o divino. Porém, qual é a alternativa se o cristianismo não mais o satisfaz?
Edward Edinger, analista junguiano e escritor fantástico,
escreveu: "A sociedade humana não pode sobreviver por muito tempo, a menos
que seus membros estejam psicologicamente contido dentro de um mito central."
Mas qual mito? O mito do Rei Arthur pode ser a solução
por seu caráter individualista. Quando os nobres da Corte de Arthur foram
enviados para encontrar o Graal, cada um deveria escolher seu próprio caminho
único, que nunca houvera sido trilhado antes. Era considerado vergonhoso seguir
uma trilha já aberta.
Como podemos seguir uma jornada espiritual sem se juntar
uma igreja estabelecida?Sem pertencer a um rebanho? O budismo, que afirma não
ser uma religião, é um caminho para crescimento espiritual. Da mesma forma o,
Xamanismo; você pode ser um xamã e pertencem ou não a uma igreja
institucionalizada.
A psicologia profunda, especialmente a psicologia
junguiana, também pode levar você a uma viagem espiritual proveitosa. O
magnífico livro de Lionel Corbett, "A Psique e o Sagrado", nos mostra
a direção certa. Ele ensina como podemos viver uma vida espiritualmente
significativa - uma vida simbólica, como Jung costumava dizer - sem abra;car
qualquer teologia particular ou tradição religiosa. Problemas como o sofrimento
e o mal, uma vez dadas respostas inaceitáveis pela religião, pode agora ser
confrontados com a ajuda da psicologia profunda, especialmente da psicologia
junguiana. Considero o livro Corbett uma leitura obrigatória para todos que
procuram uma vida mais plena.
Se você quiser encontrar a felicidade, não tente
encontrá-lo no mundo material; procure seguir uma jornada espiritual.
Roberto Lima Netto, autor de "O Pequeno Príncipe
para Gente Grande" em sua quarta edição no Brasil e "Os Segredos da
Bíblia", livros recentemente reeditados nos USA - www.amazon.com autor /rlimanetto
Xamanismo
O xamanismo é uma prática espiritual que existe desde os
primórdios da história da humanidade e é a raiz de todas as religiões modernas.
Não só 'das religiões, de acordo com Jung, o xamanismo é também o precursor da
psicologia profunda.
A experiência numinosa do processo de individuação,
central para a psicologia junguiana, é, no nível arcaico, uma prerrogativa dos
xamãs. Jung considerava que o objetivo da vida humana é seguir o caminho da
individuação, o que exige o crescimento da consciência. Essa afirmação está de
acordo com o conselho dado por Apolo. Na entrada do Templo de Apolo, em Delfos,
há uma inscrição: Conhece a ti mesmo.
A prática xamãs de revelação direta é a raiz de muitas
das nossas religiões que se originaram com um profeta com acesso a uma
revelação direta de Deus. Jesus e Maomé são bons exemplos, mas temos também o
exemplo dos muitos profetas do Antigo Testamento.
O Xamanismo, apesar do uso de um ritual para chegar ao
ASC (estados alterados de consciência) não é uma religião. É uma forma de
meditação, combinada com o desejo de ajudar outros seres humanos a curar suas
doenças físicas, mentais ou espirituais.
O nosso mundo pode ser dividido em duas partes: o mundo
material e o espiritual. Os xamãs trabalham no mundo espiritual; a cura é conseguida
com a ajuda do espíritos.
É difícil convencer a muitos de nossos companheiros
vivendo em uma sociedade materialista que estes fenômenos espirituais podem
acontecer. Houve um tempo em que eu também era um descrente, mas, depois de testemunhar
algumas curas espirituais e outros assim chamados milagres, não duvido mais.
Xamanismo não é uma tradição que pode ser praticada
apenas por nativos. É um método espiritual que pode ser aprendido e treinado.
Se você quiser investir tempo para aprender e praticar, você será capaz de
transitar através do mundo espiritual e encontrar seus animais ajudantes para
curar pessoas e para viver uma vida mais feliz.
Meu livro, O Xamã
Dourado, embora seja uma ficção, um thriller, descreve o treinamento de um
xamã em meio a muitas aventuras na Amazônia. Eu não estou recomendando-o como
um guia, mas pode lhe dar uma informação preliminar de como é a formação de um
xamã.
Roberto Lima Netto, autor de "O Pequeno Príncipe
para Gente Grande" já em sua quarta edição no Brasil, e "Os Segredos
da Bíblia", livros junguianos recentemente editados nos Estados Unidos".
- www.amazon.com / autor / rlimanetto
sexta-feira, 6 de julho de 2012
Dramaturgia e Insconsciente: Uma perspectiva Junguiana do Teatro
O teatro como arte tem suas origens
na Grécia, manifestando-se nos gênios de Ésquilo, Sófocles e Eurípedes.
Anteriormente à Grécia naturalmente havia o teatro, mas um teatro apenas
litúrgico, como no Egito e China, quando o drama encenado tinha finalidade
ritualística e religiosa, na qual as ações representariam manifestações do
sagrado ocorridas in illo tempore.
A tragédia grega, como é sabido, foi
definida por Aristóteles, que a diferenciou da epopéia tradicional, em sua Poética. Aristóteles elaborou dois conceitos
fundamentais para a compreensão do que seja teatro, a qüestão da Kátharsis e da Mýmesis.
Mýmesis, imitação, foi conceito trabalhado por
Platão, mas dentro de seu referencial da dialética entre aparência e essência.
Assim, o artista não criaria, mas recriaria a partir das matrizes perfeitas do
mundo das idéias. O teatro, vivendo nos domínios da imitação, afasta o espírito
da verdade, sendo, portanto, essencialmente imoral.
Para Aristóteles a mimética da arte
trágica é forma adequada de elaborar a tragicidade do mito, trazendo-a, pela imitação, para mais próximo da realidade
humana. A tragédia, embora plasmada nos mitos eternos, possibilita a identificação
do espectador com o personagem, pelo
fenômeno da kátharsis.
O que é a kátharsis ou catarse?
Termo originário da medicina antiga, significa purificação. O teatro através
dos fenômenos da catarse e da mímesis,
desperta emoções primitivas do inconsciente coletivo de forma mais ou
menos consciente, operando uma transformação da consciência, levando à
reflexão.
O ator da tragédia, personagem do
drama arquetípico encenado, tem analogia com a figura do herói. Isto porque o
homem, enquanto ánthropos, está
sujeito à lei apolínea do métron, a
medida de cada um, que nunca pode ser ultrapassada.
O homem, enquanto simples mortal,
não pode ultrapassar sua própria medida, e quando o faz, sob a égide de
Dioniso, deus do teatro, do êxtase e do entusiasmo, torna-se um Anér, um herói trágico, pois segundo a
tradição, é o destino do herói o excesso, o pecado do orgulho, hýbris, provocando o castigo divino, némesis, que leva à Áte, cegueira da razão, e à punição final pela Moira, destino. Este é o roteiro arquetípico do Anér que ultrapassa
sempre sua medida e à ela é reconduzido pela Moira.
O herói trágico expressa a maneira
de proceder do ator, pois este deverá agir e responder "em êxtase e
entusiasmo", sob a influência dionisíaca, pois ele, como ator, não é ele
próprio, mas outro; daí a palavra grega para ator ser hipokrités, "aquele que age, atua e responde em êxtase e
entusiasmo". O fundamento arquetípico da tragédia
é a recondução do Ator, o hipokrités, "aquele que age em êxtase e entusiasmo", portanto sob a influência de
Dioniso, à sua própria medida humana enquanto ánthropos.
A catarse, identificação emocional
entre assistente e personagem, com grande liberação de emoção tem origem na
medicina, como já mencionado. Ela reaparece nas modernas formulações da psicanálise.
Freud e Breuer denominaram o método
que acabavam de inaugurar em fins do século passado de "método
catártico", pois o paciente falando ao médico de vivências desagradáveis e
reprimidas, vivenciaria uma catarse purificatória, pela abreação; isto é, a expressão
e conscientização de conteúdos fortemente carregados de afeto. A catarse seria
uma forma de integração destes conteúdos reprimidos.
Também no teatro trágico, expressão
mimética de conteúdos mitológicos arquetípicos, a catarse favorece a abreação e
tem portanto aspectos terapêuticos. Não é por acaso que as modernas técnicas de
tratamento com psicóticos inclui o teatro terapêutico, vivenciado em comunidade
hospitalar, e em psicoterapia o psicodrama tem
um espaço significativo.
O aspecto terapêutico do teatro é,
naturalmente, apenas pequena parcela do significado social e cultural, como
agente transformador de indivíduos e da cultura. Porta-voz de símbolos
culturais fundamentais, o teatro é agente essencial na conscientização dos
indivíduos e no questionamento social. Isto devido ao processo mimético pelo
qual o drama arquetípico e ritualizado ao nível das realidades essenciais do
ser humano.
O ator vivencia no teatro diversos
personagens que falam através de sua persona teatral. A dissociabilidade da
psique é expressa em grau máximo. Também o sonho é expressão da
dissociabilidade da psique, no qual os vários complexos autônomos aparecem como
personagens do drama interno, de nosso teatro interior, na verdade, o sonho é
um verdadeiro Théatron, em sentido
grego, “lugar onde se vê”. Os conteúdos autônomos aparecem como personagens,
verdadeiros símbolos, ocultos por suas máscaras, ou Gr. Prósopon, (“aquilo que
vem antes”) lat. Persona (personare, soar através de).
A oposição de Platão ao teatro é
curiosa, pois sua forma de escrever é o diálogo,
é a de múltiplas personagens, uma reflexão filosófica dentro de uma polifonia de personagens históricos ou imaginários que contituem seu teatro interior. Lembramos
nesse contexto seu mais famoso diálogo, O
Banquete, um verdadeiro circumambulatio
(andar
em torno) do símbolo amor, uma peça teatral no qual diversos personagens
expressam diferentes perspectivas sobre o místério de Eros.
Walter Boechat
Analista Junguiano, Escritor.
Autor de Mitopoese da Psique, Ed. Vozes, 2a ed.
Curso de Pós-Graduação Lato-Sensu em Psicologia Junguiana
Caros amigos da Academia do Conhecimento,
Estamos anunciando o Curso de Pós-Graduação Lato sensu em Psicologia Junguiana a ter início dia 3 de setembro de 201'2 na Universidade Gama Filho, Campus da Candelária.
Para detalhes do curso visite o site do Instituto Junguiano do Rio de Janeiro:
As inscrições já estão abertas on line no site da Universidade Gama Filho:
Um abraço,
Walter Boechat.
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