quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Em busca da felicidade


Em nossa infância, nossos pais são vistos como deuses, e os deuses não têm defeitos, não cometem erros. Se a criança for punida, ainda que injustamente, ela acha que mereceu a pena. Um pai chega em casa bêbado, de mau humor e dá uma surra no filho. Ele não sabe o motivo, não entende a razão do castigo, mas tem certeza que fez alguma coisa errada, que mereceu a punição. Afinal, os deuses (pais) não podem errar e a criança fica convencida de que fez algo que justificou a punição.
Se os pais chamam a criança de preguiçosa, burra, bom para nada, ela acredita.. À medida que a criança cresce, começa a discriminar as ações e conceitos de seus pais, analisando e avaliando os fatos. Mas o dano já está feito, porque o inconsciente guarda o que a criança aprendeu. A pessoa mantém essa verdade embutida em seu inconsciente.
Como resultado, a pessoa pode passar a vida achando que realmente é preguiçoso ou burro, ou que não serve para nada. Estes são complexos mantidos no inconsciente que podem influenciar nossa vida nos períodos mais críticos. Se a pessoa estiver convencida pelo que ouviu dos pais de que não serve para nada, isso vai se refletir em uma entrevista de emprego, por exemplo. Inconscientemente ela transmite ao entrevistador a sua insegurança inconsciente, a crença da criança interior que lhe foi transmitida pelos pais. É difícil ser feliz com um fardo desses e é preciso muito esforço para se livrar destes complexos herdados de sua família.
É preciso um esforço concentrado para curar sua criança interior, para tirar a energia dos seus complexos. Se você quer uma chance para ser feliz, você tem que se livrar de seus complexos. A cura exige uma análise profunda. Você pode fazer isso sozinho? Não é impossível, mas extremamente difícil. Idealmente, devería trabalhar com um analista treinado.
Carl Jung trabalhava sobre si mesmo sozinho. Usando a imaginação ativa, um método que ele desenvolveu, mantendo um diálogo com os daemons que habitavam sua psique, um trabalho que ele registrou no Livro Vermelho. Naquela época, tendo rompido com Freud, ele não teve a possibilidade de fazer o contrário.
Eu não aconselho você a fazer frente aos seus complexos sozinho, como Jung fez. É escolher um caminho acidentado para uma viagem que já é muito difícil.
Cuide de seus complexos; reduza e elimine sua potência. Essa é a primeira etapa do caminho para ser feliz.
Roberto Lima Netto, é autor de "O Pequeno Príncipe para Gente Grande" em sua quarta edição, e "Os Segredos da Bíblia", livros junguianos recetemente editados nos USA e oferecidos na Amazon

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